Sistema de Esgoto

 O que é Esgoto?

         Esgoto é o termo utilizado para caracterizar os despejos provenientes dos diversos usos da água tais como doméstico, comercial e industrial. O esgoto doméstico é a parcela mais significativa dos esgotos já que provem principalmente de residências e edificações públicas onde se concentram aparelhos sanitários, lavanderias e cozinhas. Esses esgotos variam de acordo com o costume e condições socioeconômicas de cada comunidade.

 Por quê tratar o Esgoto?

         O tratamento dos esgotos sanitários, antes de seus lançamentos em qualquer corpo hídrico ( corregos, ribeirão, rio, etc... ) tem como objetivo prevenir e reduzir a disseminação de doenças de veiculação hídricas causadas pelos microorganismos patogênicos presentes no esgoto bruto. A água é de importância vital para todos os seres vivos e a manutenção de uma boa qualidade é imprescindível para que o corpo hídrico não se torne um veículo de transmissão de inúmeras doenças infecciosas e parasitárias.

         A preservação dos rios depende da existência de um bom sistema de coletas e tratamento do esgotamento sanitário em todas as localidades próximas a este corpo hídrico, evitando dessa forma a poluição de suas água por conta do lançamento de excreta (fezes e urina) de pessoas e animais, tornando a água um veículo de propagação de doenças e imprópria para consumo ou elevando substancialmente os custos para o tratamento.

 Sistema de Tratamento de Esgoto do SAMAE de Mariluz-Pr

        O perímetro urbano do município de Mariluz-Pr aproximadamente 61,98% do esgoto e coletado, todo esgoto coletado é tratado,  a unidades de tratamento E.T.E é constituída por 02 (duas) lagoas de Estabilização Anaeróbica e 02 (duas) lagoa de Estabilização Facultativa, sendo lançado no corego Jacutinga que se configura como corpo receptor do sistema, um efluente dentro dos padrões estabelecidos em norma específica.

 Processo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) - SAMAE - Mariluz-Pr

        Todo esse processo tem uma duração aproximada de 21 (vinte e um) dias para poder completar seu ciclo ser depositado no rio, que no caso do SAMAE, todo o esgoto tratado, como mencionado anteriormente, é lançado no Corrego Jacutinga. 

        O tratamento de esgotos domésticos, nas lagoas de tratamento de esgotos do SAMAE, acontece da seguinte forma, os resíduos que chegam de forma bruta passam, inicialmente, por um calha parshall, uma espécie de caixa, onde é medido o volume líquido que chega, logo após, acomodam-se na primeira lagoa caracterizada por anaeróbica, nas Lagoas Anaeróbias, como o nome sugere, a matéria orgânica é metabolizada por microrganismos sem a presença do oxigênio.

         Nesse processo, ocorre a produção de metano e alguns subprodutos, como amônia, ácidos sulfídricos, entre outros, essa lagoa  são escavações mais profundas, com proundidade que pode variar de 3 a 5 metros. Além disso, retêm os efluentes durante 5 a 20 dias. Nessas condições é possível garantir a anaerobiose, já que a penetração de luz solar e sobrevivência de algas só são possíveis em uma estreita camada superficial  , onde os microorganismos anaeróbicos, que são formados naturalmente, agem com o efluente eliminando entre 50 (cinquenta) a 60% (sessenta por cento) dos materiais pesados iniciais. Esses microrganismos atuam na ausência de luz solar, por isso a lagoa tem que ser funda.

          Após esse processo, o esgoto passa para a segunda lagoa denominada de lagoa facultativa, e inicia uma nova etapa do tratamento, nessas lagoas ocorrem os processos aeróbios e anaeróbios de forma simultânea. Para isso, as camadas superiores líquidas possuem a presença de oxigênio e a ação anaeróbia ocorre junto ao fundo. Geralmente, essas lagoas também são mais rasas, com profundidade típica na faixa de 1,5 a 2 metros. Dessa forma, os sólidos se depositam no fundo, entrando em decomposição anaeróbia. Já a matéria orgânica solúvel sofre decomposição aeróbia pela ação dos microrganismos heterotróficos, que aproveitam o oxigênio proveniente da fotossíntese das algas e da ventilação superficial. Além disso, o gás carbônico produzido na decomposição da matéria orgânica é usado para a fotossíntese, fechando o ciclo de simbiose que caracteriza o processo.

         Por motivo desse processo, são liberados gases que acabam gerando maus odores, por isso, este sistema deve ser localizado em áreas afastadas, longe de bairros residenciais.

         Ao final do tratamento, a água que se destina ao rio encontra-se com uma cor esverdeada, devido às algas que são formadas durante o processo de tratamento, porém, essas algas não são consideradas contaminantes, mas sim alimentos para os peixes.